segunda-feira, 10 de março de 2014

Qual o perfil do Catequista? Tenho este perfil?


No início das nossas atividades catequéticas 2014 queremos refletir um pouco sobre o nosso sublime chamado: “Vem trabalhar na minha vinha” e olharmos de frente para respondermos com sinceridade a esta pergunta.

A vocação do/a catequista nasce no coração do Pai, se realiza através do seguimento a Jesus Cristo quando o catequista responde SIM ao chamado e na força do Espírito assume a missão. Portanto, a raiz trinitária, que é fonte de toda vocação, sustenta a missão do catequista, chamado a Ser Profeta, embaixador de Cristo, falar em nome de Deus e da Igreja e testemunhar com sua vida os valores do Reino. Conforme afirma  São Paulo: “Não é a nós mesmos que pregamos, mas a Jesus Cristo, o Senhor. Quanto a nós, apresentamo-nos como servos vossos, por causa de Jesus” (2Cor 4,5).
Ser catequista é dom, escolha divina, enraizada na história, na realidade com suas necessidades  desafios e interpelações. Portanto, o catequista necessita de uma formação adequada que constituirá o seu perfil como pessoa que ama viver e se sente realizada, entusiasmada, portadora do Ressuscitado, contagia a todos com a alegria de ser discípula.
Pessoa de espiritualidade segue o itinerário do Mestre e faz com Ele uma experiência de vida e de fé. Aberta Às inspirações do Espírito Santo, procura comunicar a mensagem com fidelidade. Ouvinte da palavra cultiva uma vida de oração e busca nos sacramentos e na vida comunitária o alimento para os eu “peregrinar”.
Pessoa  que sabe ler a presença de Deus nas atividades humanas reconhece o rosto desfigurado de Deus nos pobres, nos injustiçados, nos gestos de partilha e solidariedade e assume uma postura em defesa da via ameaçada. O princípio fé/vida determina suas atitudes e lhe confere uma inteireza interior. É o que afirma o Diretório Geral de Catequese 87: “a fé no seu conjunto, deve enraizar-se na experiência humana, sem permanecer na pessoa como algo postiço ou isolado. A vida pessoal é uma oferta espiritual; a moral evangélica  assume e eleva os valores humanos: a oração é aberta aos problemas pessoais e sociais”.
Enfim, o catequista é uma pessoa que busca sua auto formação e procura atualizar-se. É capaz de construir comunhão, tecer novas relações ao estar atento aos gestos que alimentam relacionamentos positivos. A comunicação, o diálogo, a comunhão, são elementos essenciais na trajetória do catequista discípulo missionário, capazes de garantir o trabalho em equipe de uma forma participativa.

Ao elencar estes aspectos que configuram o perfil do catequista, é importante o empenho e dedicação do catequista, afinal, é um processo que se desenvolve durante toda a vida. No entanto, torna-se viável se houver investimento e corresponsabilidade das comunidades, das paróquias e dioceses na formação dos seus agentes, principalmente, dos catequistas que na gratuidade do SER colchoam-se a serviço  da Palavra e testemunham com a vida a presença do Ressuscitado. (DNC)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

“SE EU NÃO TIVESSE VINDO E NÃO LHES TIVESSE FALADO...” (Jo 15,22)

Caros catequistas, o tempo litúrgico do Advento e a  preparação do Natal desperta em nós algumas reflexões.
Lemos no Evangelho de São João as seguintes palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Se eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado” (Jo 15, 22).
Nada há de mais extraordinário do que a certeza de que Ele já veio e continua entre nós. “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”. (Jo 1, 14).
“Que Deus é rico no céu, sabem-no também outras religiões. Mas que quisesse ser pobre junto com suas criaturas, que quisesse sofrer na terra e, por Sua encarnação porvar Seu amor às criaturas: eis o inaudito” (Urs Von Balthasar).

Sim, a História não está à espera de um grande acontecimento. O maior dos acontecimentos já aconteceu: “Desci do Céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade de quem me enviou” (Jo 6, 38).

Vivemos à luz radiosa dessa realidade.

“Em verdade, em Cristo humanado se completa o grande mistério do amor que o Filho de Deus descido à terra implantou. Ele revela Seu mistério como criancinha em Belém, como vítima na cruz e, finalmente, na conquista do mundo, conforme a missão que confiou aos seus. Ensinai a todos os povos” (João XXIII).
Essa é a nossa missão de catequistas, nossa parte no plano de Deus. Foi por amor que Ele veio até nós e é também o amor que nos conduzirá a Ele.
“Sabei em que tempo estamos vivendo já chegou a hora de acordar pois nossa salvação está mais próxima agora do que quando abraçamos a fé (Rm 13,11) .

Trabalhamos para que o maior número de pessoas chegue ao conhecimento de Nosso Senhor Jesus Cristo e alcancem a salvação.
Ele já veio, já desceu do céu. Seu Reino já veio a nós. É hora de espalhá-lo na Terra. O Verbo Eterno gerado no seio do Pai se fez homem no seio de Maria e quer nascer na Gruta de todos os corações.
Cristo é a porta. “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim será salvo, entrará e sairá e encontrará pastagens” (Jo 10,9)
A Basílica da Natividade, que se encontra em Belém apresenta uma entrada muito estreita. Só entramos agachados mas as crianças passam por ela facilmente.
“Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que a encontram.” (Mt 7,14)
Santa Teresinha, que meditava sempre as palavras do Evangelho soube do segredo de passar pela porta estreita: “É preciso ser bem pequenino para se aproximar do Menino Jesus.” Sua doutrina da infância espiritual é a do Evangelho.

“Se não vos tornardes como crianças não entrareis no Reino dos Céus” (Mt 18,3).
“Porventura não apresenta a criança como modelo também para os adultos”?
Na criança há algo que nunca poderá faltar em quem deseja entrar no Reino dos Céus. Ao céu estão destinados aqueles que são simples como as crianças. Aqueles que são cheios de confiante abandono, ricos em bondade e puros como elas. Só esses podem encontrar em Deus um Pai e tornarem-se, por sua vez e graças a jesus, igualmente filhos de Deus” (João Paulo II – Carta às crianças).

Jesus veio para ficar
Entre nós dia após dia
Ele está neste lugar
E eu cego, não sabia.

“Veio para o que era Seu mas os Seus não O receberam” (Jo 1,11).
“Embora o mundo não  O conheça, Ele existe.
Embora não o recebam, Ele vem.
Embora não haja lugar na pousada, Ele nasce.” (João Paulo II)

São Jerônimo, que viveu mais de 30 anos em Belém traduzindo as Escrituras Sagradas, escreveu a seus amigos:
“Feliz quem traz Belém em seu coração, deixando Jesus nascer novamente.” Disse ainda: “Este é o lugar onde vivereis daqui para frente porque o próprio Cristo escolheu”.

Em volta desta manjedoura milhões de pessoas de todas as idades, raças e culturas se debruçam na contemplação do Menino Deus, cheias de espanto, ternura e reverência.
E a infância renasce na alma de todos. E a esperança canta outra vez!
Por isso essa noite é tão feliz, é mais luminosa do que o dia! Por isso o universo afina seu  diâmetro até circunscreve-lo ao Presépio.

Um menino nasceu para nós” (Jo 9,5).
Quem é pobre perto d´Ele?
Quem é rico diante d´Ele?
Quem é pequeno ao lado d´Ele?
Quem é grande diante d´Ele?

Somos todos irmãos. É a nossa festa de família.

UM SANTO E FELIZ NATAL PARA TODOS!

Ir. Maria de Jesus, CNSB.




quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Jesus Cristo “Mediador de toda a Revelação” (Formação passada para todos os Zonais)

O Antigo Testamento narra-nos como Deus oferece, apesar da arrogância do homem, a possibilidade da sua amizade. Na história do povo de Israel podemos voltar a percorrer as etapas de um longo caminho em que Deus se faz conhecer, se revelar e entra na história com palavras e ações.

“As outras religiões mostram o que o homem deve fazer para chegar até Deus, a nossa, porém mostra o que Deus fez para chegar até nós” (Me. Maria Helena Cavalcanti)

Para esta obra Ele serve-se de mediadores, como Moisés, os Profetas e os Juízes, que comunicam ao povo sua vontade, recordam a exigência de fidelidade à aliança e mantém viva a expectativa da realização plena e definitiva das promessas divinas.

Em Jesus de Nazaré, Deus visita os eu povo de um modo que vai além de todas as expectativas: envia o Seu único Filho; o próprio Deus faz-se homem. Jesus não nos diz algo de Deus, não fala simplesmente do Pai, mas é a revelação de Deus, porque é Deus, e assim revela-nos o ROSTO DE DEUS.

REVELAR O ROSTO DE DEUS. (Jo 14, 7-9)

A resposta de Jesus nãos e dirige apenas a Filipe, mas também a nós, e nos introcuz no coração da fé criptológica; o Senhor afirma: “Aquele que me viu, viu o Pai”.

É possível ver a Deus, Deus manifestou os eu rosto, é visível em Jesus Cristo.

No Antigo Testamento está bem presente o tema da “procura de Deus”, o desejo de ver esta face como Ele é, no entanto Deus não pode ser representado. Então o que significa procurar o rosto de Deus se não pode haver imagem Sua? Deus está acima de todas as cosias, mas dirige-se a nós, ouve-nos, vê-nos, fala-nos, faz aliança e é capaz de amar.

(Ex 33, 11. 18-23); Há um diálogo face a faze como entre amigos, mas há a impossibilidade de ver nesta vida o ROSTO DE DEUS; a visão é limitada. “VER-ME-ÁS DE COSTAS”: só podes seguir a Cristo e, seguindo-O, vês de costas o mistério de Deus; Deus só pode ser seguido vendo-O de costas.

A história da Salvação é a história de Deus com a humanidade, é a hsitória que se revela progressivamente.
A Santíssima Trindade acha que vale a epna “A OBRA DE SUAS MÃOS” por isso:

O PAI FAZ= CRIAÇÃO
O FILHO REFAZ= REDENÇÃO
O ESPÍRITO SANTO PERFAZ= PERFEIÇÃO.

Agora é possível ver o rosto de Deus: O rosto de Jesus, do Filho de Deus que se faz homem. Ele é a plenitude desta revelação porque é o Filho de Deus e ao mesmo tempo “mediador e plenitude de toda REVELAÇÃO”. (DV 02)

“O cristianismo é a religião da Palavra de Deus” (SÃO BERNARDO).

Em Jesus, toda Palavra está presente.
Em Jesus, também a mediação entre Deus e o homem encontra sua plenitude.

“o CRISTÃO É OUTRO Cristo, no entanto, quantas vezes apresentamos uma caricatura do DIVINO MESTRE, quantas vezes nosso rosto endurecido é um contra testemunho da FACE DIVINA”. (Me. Maria Helena Cavalcanti).

O desejo de conhecer Deus, de ver o Seu rosto está gravado em cada ser humano, inclusive nos ateus. Mas este desejo só se realiza seguindo Cristo, porque assim O vemos de costas  enfim vemos também Deus como amigo, Sua face no rosto de Cristo. O importante é que sigamos Cristo em todos os momentos da nossa vida. Toda nossa existência deve ser orientada para o encontro com Jesus Cristo, par ao amor por Ele; e, nela, um lugar central dever ser ocupado pelo amor ao próximo.

“TUDO O QUE FIZERDES AO MENOR DOS MEUS IRMÃOS FOI A MIM QUE O FIZESTES”.





A Palavra de Deus na vida e na Missão da Igreja

“È preciso realçar sempre a importância do testemunho na pregação da Palavra, na catequese. Não fora isso os catequistas poderiam facilmente ser substituído pelos meios de comunicação.” (Madre Maria Helena Cavalcanti, Fundadora e Superiora Geral da Congregação de Nossa Senhora de Belém)

A Palavra de Deus como um canto a várias vozes. Enquanto Deus a pronu8ncia de muitas formas e de diversos modos (cf. Heb 1, 1 ), numa longa história e com uma diversidade de anunciadores, mas onde aparece uma hierarquia de significados e funções.
A Palavra de Deus tem como pátria a Trindade, donde provém, pro quem é sustentada e a quem regressa, testemunho permanente do amor do Pai, da obra de salvação do Filho Jesus Cristo e da ação fecunda do Espírito Santo. A luz da Revelação, a Palavra é o Verbo eterno de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade, o Filho do Pai, fundamento da comunicação intra-trinitária e ad extra: No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo se fez por meio d´Ele e sem Ele nada foi feito (Jo 1, 1-3; cf Col 1, 16).
Por isso, o mundo criado narra a glória de Deus (cf. Sal 18, 1). No princípio do tempo, Deus cria com a sua Palavra o cosmo (cf. Gen 1, 1), pondo na criação a marca da sua sabedoria e tornando-se assim tudo sua voz (cf. Sir 46, 17; Sal 67, 34). É em especial a pessoa humana, porque criada à imagem e semelhança de Deus (cff. Gen 1, 26), que se torna para sempre sinal inviolável e intérprete inteligente da sua Palavra. Da Palavra de Deus, de fato, a pessoa recebe a capacidade para entrar em diálogo com Ele e com a criação. Assim, Deus faz de toda a criação, e da pessoa in primis, “um testemunho perene de Si”. (DV 3). Dado que “n´Ele (Cristo) foram criados todas as coisas e em vista d´Ele (...) e n´Ele todas subsistem” (Col 1, 16-17), “encontram-se nas pessoas e nas tradições religiosas da humanidade “sementes do Verbo” (AG 11.15), “raios da verdade que ilumina todos os homens” (NA 2)” (3).
 ”O Verbo fez-se carne” (Jo 1, 14): a Palavra de Deus, última e definitiva é Jesus Cristo, a sua pessoa, a sua missão, a sua história, intimamente unidas, segundo o plano do Pai, que culmina na Páscoa e terá a sua realização plena quando Jesus entregar o Reino do Pai (cf. I Cor 15, 24). Ele é o Evangelho de Deus para toda a pessoa humana (cf. Mc 1, 1).
Em vista da Palavra de Deus, que é o Filho encarnado, o Pai falou nos tempos antigos por meio dos Profetas (cf. Heb 1, 1) e, pela força do Espírito, os Apóstolos continuam a anunciar Jesus e o seu Evangelho. Assim, a Palavra de Deus é expressa com palavras humanas no anúncio dos Profetas e dos Apóstolos.
A Sagrada Escritura, fixando por divina inspiração os conteúdos revelados, atesta, de forma autêntica, que é verdadeiramente Palavra de Deus (cf. DV. 24), totalmente orientando para Jesus, porque “são precisamente elas (as Escrituras) que dão testemunho de Mim” (Jo 5, 39). Pelo carisma da inspiração, os livros da Sagrada Escritura têm uma força de interpretação direta e concreta, que outros textos e intervenções humanas não têm.
A Palavra de Deus, porém, não se fecha na escritura. Se, na verdade, a Revelação terminou com a morte do último Apóstolo (cf. DV 4), a Palavra revelada continua a ser anunciada e ouvida na história da Igreja, que se empenha em proclamá-la a todo o mundo para responder à sua necessidade de salvação. Assim, a Palavra continua o seu curso na pregação viva, que abraça as diferentes formas de evangelização, onde sobressaem o anúncio e a catequese, a celebração litúrgica e o serviço da caridade. A pregação no sentido apenas afirmado é, sob o poder do Espírito Santo, Palavra do Deus vivo, comunicada a pessoas vivas.
Entram no âmbito da Palavra de Deus, como fruto das raízes, as verdades de fé da Igreja em campo dogmático e moral.
Deste quadro pode-se compreender que, quando se anuncia na fé a revelação de Deus, dá-se um acontecimento revelatório, que se pode chamar verdadeiramente Palavra de Deus na Igreja.
Assim queridos catequistas, devemos aprofundar nossos conhecimentos nesta fonte inesgotável da sabedoria, pois como diz Me. Maria Helena Cavalcanti: “É possível morrer de sede debaixo de uma fonte. Basta que o nosso corpo esteja de boca para baixo”.